sábado, 21 de julho de 2012

A um crítico de nossa denominação, disse eu certa vez: “Nós, os tradicionais, assim pejorativamente chamados, trouxemos o evangelho para este país. Tivemos Bíblias apreendidas e queimadas em praças públicas, pregadores intimidados e apedrejados, templos apedrejados. Sem retórica, obreiros nossos derramaram sangue para estabelecer o evangelho nesta terra. Aplainamos a estrada por onde vocês andam à sombra das árvores que plantamos. Levamos cem anos para estabelecer um nome respeitado no Brasil. De repente, um grupo que ninguém sabe de onde veio, surgiu, maculou a imagem de crentes, e ainda nos joga pedras. No mínimo, vocês nos devem respeito!”. Não comento isto por ufanismo, mas por observar que alguns dentre nós parecem sentir um complexo de inferioridade quando, numa visão do reino  equivocada em sua teologia e mundana na sua essência, quantificam o reino e avaliam o conteúdo e a história de uma denominação pelos números. Se números validam a verdade, os muçulmanos estão com a verdade. Como os comunistas estiveram com ela, no passado. Nós temos uma origem nobre, um passado limpo e um futuro cheio de possibilidades. Nossa história nos faz detentores de um nome honrado e nos coloca com a responsabilidade de dar continuidade a uma saga de heróis.Porque nosso corpo doutrinário é coerente e sólido. Não temos uma crença tipo comida por quilo, em que o sujeito mistura peixe ensopado com feijoada e lasanha, e ainda joga queijo ralado por cima. Não somos uma mistura de opiniões, um amontoado de idéias, mas temos uma teologia coerente e muito bem embasada biblicamente. Tanto que dos grandes teólogos bíblicos do passado e dos contemporâneos podemos colocar os batistas no topo. Desde o início de sua história os batistas articularam sua teologia. Não brincaram de “cabra cega”, seguindo um líder errático. Puseram seu credo no papel, exposto à análise e à crítica. Assim, desde 1611, com a primeira declaração batista da história, feita por Thomas Helwys, temos teologia[2]. Bem feita, bíblica, coerente e espiritual. Um Strong, um Conner, um Mullins, um Gundry, e muitos outros mostram que somos uma denominação que pode expor suas idéias, e que elas podem ser examinadas e debatidas. Não apelamos para um autoritarismo em que apenas uma voz se pode ouvir. 

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